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domingo, 15 de julho de 2012

Coragem que sei que poucos tem

Como alguém como eu pode ser tão vulnerável? Não sou do tipo que consegue mentir, isso é um tanto quanto estranho. Finjo sorrisos diários, respondo que estou bem para todos, por que sei que ninguém está se importando de verdade. Mas quando aparece tal indivíduo que quer realmente saber, eu não sei confirmar minha mentira, alegar com todas as letras que estou de fato bem, não consigo. É um grande defeito isso, lhe asseguro. É como se eu simplesmente tivesse uma súbita confiança na pessoa, como se conhecesse ela a anos e soubesse que poderia confiar nela pro que desse e viesse, mas não é assim, eu deposito toda minha confiança em pessoas que mal conheço, que apenas pareciam legais por se interessarem pela minha vida. Por outro lado, é bom não conseguir mentir, me poupa ter que esconder de todos, e até de você. É bom deixar claro pra quem perguntar, é bom que saibam, é bom que você sabia. Me tira das costas o peso de guardar tudo só para mim. Mas tenho que parar de ser tão clara, é idiotice. Tenho que aprender a me fechar. Pois é, não consigo ser a menina fria, que não se importa com nada, eu me importo, e pior, deixo claro que estou me importando. As pessoas não dão valor a isso, não mesmo. Elas só dão valor à quem está pouco se lixando por elas, à quem não se importa com nada. Parece que de nada adianta tentar ser verdadeira. Talvez se não ligasse para nada, se não tivesse a coragem e a cara de pau de ser verdadeira e dizer tudo que sinto — Coragem que sei que poucos tem. Talvez assim me dessem valor, quem sabe dessa forma agradasse as pessoas. Por que quem diz o que sente parece afastar as pessoas, acho que elas estão tão acostumadas com as mentiras que as rondam que quando aparece alguém verdadeiro elas assustam-se.

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